Bairro Ribeira, em Natal. Foto: Divulgação
Apontado como principal causa do crescimento da pobreza pelo IBGE, o desemprego no estado do Rio Grande do Norte é um problema que vem crescendo ano após ano. O IBGE aponta que a proporção de pessoas ocupadas em trabalhos informais no estado cresceu de 46,6%, em 2016, para 51,2% em 2017. Em Natal, capital do estado, a despeito do nível de informalidade ser menor em comparação com estado, seu crescimento foi maior: variou de 31,3% para 41%. A proporção de domicílios que apresentou pelo menos uma das inadequações nas condições de moradia foi maior na capital (11,7%) em comparação com a média do Estado (8,5%). inadequações investigadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios foram ônus excessivo com aluguel, adensamento excessivo, ausência de banheiro de uso exclusivo do domicílio e paredes externas construídas predominantemente com materiais não duráveis.
Os resultados da pesquisa evidenciam as disparidades nas inadequações de moradia entre as cidades do interior e a capital, tendo em vista principalmente que há maior proporção de domicílios com ônus excessivo de aluguel e adensamento excessivo na capital em relação à média do Estado, que em geral tem maior percentual de pessoas que moram em domicílio sem banheiro exclusivo e com paredes externas construídas predominantemente com materiais não duráveis. Esse padrão de diferenças nas inadequações de moradia foi identificado na maior parte dos estados.
Fernanda Silmara, de 23 anos criadora do projeto ReforAmar. Foto: Instagram
Com base nesses dados de desigualdade, averiguando os problemas habitacionais do município de Natal e a dificuldade que pessoas de classe social mais baixa sofriam não só para ter sua residência, mas principalmente, para mantê-las, que a jovem Fernanda Silmara, estudante de engenharia civil e tecnóloga em construção de edifícios, criou o projeto ReforAmar que conta com mais de 100 voluntários em mais de 2 anos de atuação.
O projeto ReforAmar tem como principal objetivo reformar de forma voluntária e com ajuda de doações, casas, asilos e orfanatos de famílias carentes da cidade de Natal. O projeto acontece sempre nos finais de semana por meio de mutirões de voluntários para iniciarem a reforma das casas, sempre após um planejamento que dura em média 2 meses.
Até 2019, o projeto já havia reformado 6 residências em Natal, um dos grandes feitos do projeto, foi a reforma do “Lar da Vovozinha”, em Natal. Esse lar abriga mais de 40 idosas e o custo da reforma foi de R$ 1,600. A maioria das reformas até o momento foram feitas no Bairro Alecrim, uma das regiões mais afetadas no índice de desigualdade social da capital do estado.
O projeto da jovem estudante já recebeu elogios em vários veículos de comunicação, incluindo participações em programas de TV como ‘Encontro com Fátima Bernardes’, e ‘Caldeirão do Huck’, da TV Globo.
Para o futuro, a jovem Fernanda pretende abrir a própria empresa e continuar a ação voluntária.